17ª Corrida e Caminhada por Uma Sem Drogas Cerene - 10k
Blumenau (SC), 01 de Maio de 2022. É sabido que para se ter um bom desempenho nas provas de corrida é necessário manter uma constância nos treinos propostos, abrindo mão de alguns hábitos sociais boêmios e também se alimentar de acordo com o gasto energético exigido, tanto nos treinos quanto no dia da prova; enfim o que muitos resumem em duas palavras: foco e disciplina.
Já relatei aqui nesse blog.
Sempre fui avesso à assessoria de corrida.
Até experimentar uma.
E levar a sorte de me sintonizar não com a assessoria, mas com o treinador.
A prova do Cerene foi escolhida para romper a marca do meu Recorde Pessoal. Trabalhamos algumas semanas antes, como prova alvo para esse feito.
Focado eu estava. Disciplinado também.
Na dia anterior à prova estava sentindo um desconforto. O clima gélido nessa época do ano, somado à umidade do ar, era um prato cheio para um resfriado.
A sensação de calafrio me acompanhou a véspera da prova. Desvirtuado e sem esperança de algum Recorde Pessoal acabei jantando uma comida japonesa. Wasabi, shoyu e gengibre foram muito bem degustados nos pratos de sashimi, sushi e uramaki. Comida que caiu forte no estômago.
Acordei no dia seguinte com fortes cólicas intestinais.
Os primeiros sinais de uma forte diarreia estava se aproximando.
Não consegui me alimentar muito bem, comi apenas uma banana. Tomei um energético (tinha açucar, sempre tomo sem açucar devido ao desconforto da fermentação). Vesti minha roupa de corrida, as criancas estavam quase acordando, dei um beijo na Dani que já estava acordada à horas; e fui de bicicleta para a prova, apenas 1 km de casa.
Chegando em frente à Prefeitura, local da largada e chegada, fui no banheiro químico. A cólica aliviou um pouco. Naquele instante observei que era necessário um controle fisiológico maior que o mental, para poder participar da prova.
Em seguida encontrei a barraca da assessoria, onde um bom número de alunos participaria da corrida.
Por ser uma prova relativamente em conta o valor da inscrição, observei varias assessorias da região prestigiando o evento. A que veio com o maior número de atletas era a Navegarun de Navegantes.
Quando fui para a baia de largada me surpreendi com a quantidade de atletas, fiquei nos fundos, quase em uma das ultimas posições.
Largamos.
A primeira metade do trecho é no sentido do centro da cidade, que inclusive eu gosto muito de fazer em treinos. Já a segunda metade é em um trecho que eu não gosto nem de passar com carro.
Sinto que não tem uma boa energia nesse trecho do percurso.
Como não poderia escolher nesse momento, o negócio era correr. E corri.
Levei um suador, tanto pelo ritmo que imprimi na prova, como também para controlar o fisiológico devido as cólicas intestinais que estavam surgindo e os calafrios que haviam voltado.
Nos últimos metros observei o treinador, falando: "Chega forte. Chega forte. Chega forte. Vamos. Vamos."
Cruzei a linha com duas certezas: havia conquistado o meu Recorde Pessoal e controlar o meu fisiológico estava chegando ao limite.
Rapidamente passei pela barraca da assessoria, cumprimentei o pessoal e corri novamente para a bike. Chegar em casa era uma questão de emergência.
Passei o domingo inteiro desprovido de qualquer força.
Meu maior percurso era chegar ao banheiro e voltar para a cama.
Até hoje não sei se foi a comida japonesa, o energético com açucar, o reflexo do resfriado que peguei, ou tudo isso junto que me fez passar muito mal.
Feliz com a conquista... agora era me recuperar e pensar no RP da Maratona.
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